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Há ainda uma quantidade expressivíssima de documentação relacionada ao Cangaço soterrada em arquivos. Neles poucos se aventuram com luvas de latex e máscaras, e tempo e mais tempo folheando velhos jornais e abrindo antigas pastas, atrás dos dados e informações necessários à percepção da dimensão verdadeira do que foi o Cangaço.
Este fenômeno é comum em praticamente todas as áreas de estudos histórico-culturais.
Somente o Arquivo Público do Estado da Bahia avaliou, há pouco tempo, que cerca de 94% do seu acervo permanecem virgens.
E há muitos outros sítios de pesquisa e estudo.
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Abaixo, como exemplo, um pequeno documento inédito, um pedaço de um folheto apócrifo difundido em Salvador, em 1933, pela oposição ao governo:
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Transcrevendo:
CAMPANHA CONTRA LAMPEÃO
É o mais rendoso dos negocios que a revolução trouxe á Bahia. Lampeão, cujo bando tomou conta de todo o nosso nordeste, vem sendo combatido agora, e desde outubro de 1930, por cerca de tres mil e duzentos contos de réis. Elle, o terrivel facinora, costuma dizer:
– A mim os macacos respeitam. eu sou o pé de dinheiro delles.
A um sertanejo de Santo Sé, que lhe entregou 20:000$000 de economias e artigos de commercio, fanfarronou alegremente, segundo se vê no “O Estado da Bahia”: Preciso de dinheiro. Os tenentes da Bahia custam muito caro.
Os males que elle espalha são innumeros e conhecidos. Haverá quem diga:
- Os bens que elle fomenta não são tambem pequenos...
No correr da campanha o miseravel devastou e vae devastando, deixando–a, sem garantias de qualquer especie, a quarta parte do Estado.
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