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POLICIA DE NOVOS RUMOS
Já dissemos uma vez, de referencia á personalidade invulgar do sr. chefe de policia, que s.ex. era um homem para o cargo.
As credenciaes que lhe sobram e que de ha muito o recommendavam aos altos postos da administração publica, fossem elles electivos ou de nomeação para qualquer delles, contando o illustre jurista com o applauso unanime dos seus concidadãos. – essas credenciaes não se apagaram na gerencia da pasta que lhe coube no governo do sr. Góes Calmon, ao em vez disso, confirmando plenamente aquelle apoio previamente assegurado, o dr. Madureira de Pinho assignalou a sua gestão por actos de grande descortino pondo em brilhante destaque uma Secretaria que andava com um largo deficit no conceito publico, rebaixada como foi sempre de nivel nas administrações que antecederam a actual e que a transformaram em apparelho politico ou melhor, forja de odios e perseguições para quem não commungava os mesmos credos.
Num certo periodo de tempo, a policia bahiana, moral e materialmente, rejuvenesceu, prestigiou–se, de sorte a se appresentar hoje como uma força de elite, superiormente organisada e dirigida. Se assim foi com a policia militar, que tão brilhantes paginas tem escripto na historia do regime, collaborando com o seu sangue e a sua bravura tradicional, pela manutenção da ordem, nesses tristes tempos de rebeldia á lei, muito mais assignalavel é o inflexo da nova mentalidade que orienta a Secretaria de Segurança no que tange á policia civil, onde o dr. Madureira de Pinho realizou praticamente, em meio das deficiencias proprias do ambiente, apenas desperto de prolongado lethargo, uma obra de radical transformação, numa concepção nova e elevada da moderna policia.
Podiamos ennumerar nesta breve e victoriosa carreira varios serviços meritorios, qualquer um dos quaes, por si só, recommendal–o–ia á admiração dos seus patricios. São desse porte os codigos com que, dotou a policia, de Fiscalização das Casas de Diversões e Fiscalisação ás Casas de Penhores. Este ultimo teve uma larguissima repercussão que os menos affeitos a cousas de policia de logo não perceberão, mas, é evidente – e as estatisticas o registram o que depois delle os crimes de furtos e assaltos decresceram de modo muito notavel, o que não se pode dissociar da regularização daquellas casas que, anteriormente, o estimulavam, comprando todos os objectos que lhes vinham ao balcão, sem indagar procedencia.
A adaptação das leis federaes que regulam o Livramento Condicional, com tão auspicioso exito da policia de carreira, a ampliação e substituição de material velho do Instituto Nina Rodrigues e, sobretido, a reforma da Penitenciaria do Estado, joia refulgente dessa collecção magnifica, reforma moral e material, uma e outro altissimo porte, reaes, palpaveis, concretisados num admiravel espirito de disciplina e trabalho, que hoje se verifica nas differentes secções modernisadas do velho presidio.
Junto áquellas lobregas muralhas, onde tanto tempo viverem a sordicia e a ociosidade, ergue–se hoje uma bela construcção de cimento armado, pavilhão para sentenciados, com muita luz, muita hygiene e relativo conforto. Outros virão, corajosamente, em substituição aos muros carcomidos que nos envergonham como povo civilisado. E a quem devemos? A esse espirito novo que varre a policia, a essa administração nova, cujo angulo de visão abraça um largo campo de necessidades sociaes que vae satisfazendo. É essa mesma mentalidade creadora e saneadora a quem fica a cidade a dever a campanha contra o jogo, ora em pleno apogeu, numa vassorada decidida.
Nunca a A tarde fugiu de dar o seu apreço ou a sua solidariedade a quem, administrando a causa publica se impõe por actos justos e relevantes. E o faz com a mesma serena convicção com que tem castigado os que deshonram o mandato. O titular da Policia que levou para o cargo um nome immaculado por sua probidade pessoal inflexivel, com o homem politico um modelo de fidelidade aos canones da lealdad partidaria, qualidades que junto com outras o fixaram como uma das figuras centraes do grupo que constituiu o estado–maior de Severino Vieira, – ao dr. Madureira de Pinho não regateamos o nosso applauso na lucta que mantem contra o jogo, antes o encorajamos para que a leve ao fim sem desfallecimentos.
Madureira de Pinho
Feliz inspiração teve o sr. Góes Calmon chamando para perto de si o companheiro inestimavel que é hoje o fulgurante collaborador de todas as horas. Se outras demonstrações do seu conhecimento dos homens não nos houvesse dado, no curso da sua administração tão fecunda, bastaria essa de ter confiado a tranquilidade e a segurança da sociedade bahiana a um homem publico da integridade moral, isenção, cultura e compostura do dr. Madureira de Pinho.
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