12 abril 2021

“Cavalos do Cão” – Impressões Ligeiras - por Leandro Cardoso Fernandes


 
CAVALOS DO CÃO – Algumas Palavras

 

Aqui vão algumas considerações ao sabor de terminar a leitura de “Cangaço na Bahia – Cavalos do Cão”, do prof. Rubens Antonio da Silva Filho.  À semelhança do que fiz com o trabalho “Cangaço na Bahia – Canção Agalopada”, algumas palavras para a sequência, a segunda parte desta obra que, especificamente, dá conta do Cangaço e de seus desdobramentos em terras baianas de 1930 ao início dos anos 40.

Mesmo correndo o risco de ser repetitivo, devo mencionar o encanto que a excelência da composição gráfica causa ao leitor.  Dá gosto abrir; passar à vista as imagens... manusear. A composição das suas 536 páginas enfeixando mapas, fotografias (muitas delas inéditas, outras tratadas e melhoradas), além das belíssimas capa e contracapa, com imagens colorizadas de Lampião e seu bando, pinçadas do extenso e primoroso trabalho artístico do autor. A manutenção das referências ao pé da página e a grafia original dos textos extraídos de documentos e jornais atestam a veracidade das informações, tais quais foram colhidas da fonte, sem eventuais “atualizações” linguísticas que poderiam comprometer o sentido original do texto. Ainda por cima, ao final dos capítulos, as assinaturas (algumas obtidas com grande sacrifício pelo autor) dos personagens citados ou perfilados, como a afiançar a veracidade do texto. Rubens Antonio não poderia deixar por menos: afinal, é a coroação do esforço de 20 anos de pesquisa, criação e muito trabalho.

O autor fez interessante divisão da narrativa em “meio-dia”, “tarde” e “crepúsculo”, como a evocar a sensação de um dia que nunca acaba - “o mais longo dos dias”, vivido com sangue, suor e lágrimas pelos que sofreram a violência insana do Cangaço. A impressão de que esse fenômeno sangrento durou mais do deveria paira nas páginas do livro, como a reforçar que o autor conseguiu seu intento ao nos trazer, com cores vivas, uma narrativa coerente com a verdade.

Ao debruçar-me sobre “Cavalos do Cão”, veio-me a lembrança o filme “Os Imperdoáveis” (Unforgiven), de Clint Eastwood, que retratou com honestidade um velho oeste completamente desmistificado, onde imperavam a violência gratuita, a bebedeira, a desordem e as mentiras... uma paisagem bem distante do que geralmente se vê nos filmes roliudianos, com “Jesses James” cavalheirescos, a guisa de caricatura glamourizada dos reais personagens históricos. Foi com este sentimento que percebi o livro em epígrafe: a História edificada na busca dos fatos e sua comprovação, seja documental ou por registros da memória oral. Entrevistas carregadas de emoção pungente, documentos, jornais, revistas, mapas atualizados e bastante ilustrativos. Não há ilações nem fantasias. Tudo é fundamentado, mesmo havendo discordância com versões clássicas anteriores de episódios conhecidos ou não. O que importou ao autor, a meu ver, foi reduzir o espaço dentro do qual a verdade está à espera. E aqui vem um pensamento de Arthur Conan Doyle: “excluindo-se o impossível, o que sobra, ainda que improvável, deve ser a verdade”.

A exemplo do primeiro volume, os capítulos são amalgamados com letras e versos de canções do universo musical nordestino, notadamente as canções de Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, dentre outros ícones representativos da musicalidade que se associa ao “cangaço” como elemento artístico e cultural. No correr dos anos 30, “um cavaleiro do diabo corre atrás do seu destino”, diz a letra da canção que encima o livro, e, também nomeia um dos capítulos mais intensos da obra, onde o autor, ao rastejar o galope do Átila dos sertões, esbarra no ferreteamento cruel de muitas mulheres; nos incontáveis crimes bárbaros de que foram vítimas os pobres sertanejos daqueles tempos brabos; e os expõe de maneira crua, tal como foram registrados pelas diversas fontes. O livro, ao tempo em que se mostra como um libelo de acusação aos cangaceiros, se faz de importante apologia ao resgate das vítimas sofridas, cujos gritos surdos não foram ouvidos, ou, na melhor das hipóteses, preguiçosamente registrados em trabalhos precedentes que abordaram o tema. Esse é um dos grandes méritos do “Cavalos do Cão”: trazer à superfície o pranto das vítimas e de suas famílias, como a deixar sangrar um açude de lágrimas há muto represado. Aqui trago as palavras de Catão: “A verdade é o alicerce da autoridade”. É assim que o livro se impõe: um farol sobre as injustiças e as arbitrariedades; o julgamento inevitável da História para cangaceiros e volantes. Trago na memória o relato do suplício de Herculano Borges, barbaramente morto por Corisco, e o pranto quase sussurrante de Dona Ossanta e sua família. Eles têm, agora, neste resgate, a certeza da justa exposição dos fatos, sem distorções. O que dizer do campo de extermínio pensado por Liberato de Carvalho e realizado por Campos Menezes? Balmés disse que “o poder sem moral converte-se em tirania. Não há maior tirania que a exercida em nome da lei”. Há que se expor visceralmente o Cangaço e o combate a ele.

Não tenho como apontar aqui um ponto alto do livro, pois poderia parecer injusto. A exemplo de uma cordilheira, o conjunto é o que importa.  A “quase” expedição de Carlos Chevalier; a prisão de Volta Seca (capítulo primoroso); a morte de Arvoredo; a impressionante “bestialização” de Calais, que escravizou a moça Selvina; o périplo das “cabeças cortadas” de Lampião e Maria até sua exumação em 2002; o fim melancólico de Corisco... dentre outros. Há nas páginas 360 e 361 do livro a exposição em sequência de 6 mapas muito elucidativos, que retratam a involução do Cangaço na Bahia de 1928 a 1935 visualmente, de maneira clara e inequívoca. Estes mapas são fundamentais, pois complementam o texto ao descortinar ao leitor uma perspectiva de entendimento evolutivo pela percepção visual ampliada, do todo.

É precisamente em 1931, onde há um ponto de inflexão, um marco na queda progressiva no vigor do cangaço lampiônico de outrora: cada vez mais os cangaceiros se encolhem, limitando sua área de atuação, numa asfixia lenta e constante, a culminar com a expulsão de Lampião, na prática, das terras baianas, indo ele sucumbir em Angico, Sergipe, em melancólico epílogo, no tão decantado 28 de julho de 1938. Rubens Antonio vai além e persegue os rastros desse Cangaço ferido de morte, estrebuchante, até o tiro de misericórdia dado por José Osório de Faria, o Zé de Rufina, com a morte de Corisco, o “Diabo Loiro”, em maio de 1940. Este oficial foi o mais eficiente matador de cangaceiros da polícia baiana. Sua atuação e biografia são destaque no livro.

 Uma coisa interessante, no que diz respeito ao matador de Corisco, é exatamente o descompasso entre sua bem-sucedida campanha como chefe de volante com a sua progressão com “freio-de-mão” puxado, como oficial. Mesmo tendo no curriculum mais de uma dezena de cangaceiros mortos, e ter matado Corisco no posto de 2° Tenente, recebe apenas uma “menção de louvor”. O brioso Zé de Rufina, vejam vocês, conseguiu chegar a Tenente-Coronel por antiguidade em 1962. O livro faz justiça ao empenho, inteligência e fiel cumprimento de seu dever, inclusive com comportamento correto, sem excessos, em relação aos sertanejos.

Minhas excelentes impressões a respeito do Capitão João Facó, como secretário da Polícia e Segurança Pública da Bahia, e da atuação humanizada do Capitão Anníbal Vicente Ferreira, como comandante do destacamento no Nordeste do Estado, na condução das entregas. Estes oficiais mostraram-se dignos da farda que vestiam, cumprindo seu dever com consciência cívica e inteligência.

Bom, para finalizar, gostaria de recordar as palavras do autor, Rubens Antonio: “eu escrevi um livro que eu, como leitor, gostaria de ler”. Esta afirmação dá o pano de fundo para um bom livro, pois Aristóteles dizia que “o prazer do trabalho aperfeiçoa a obra”. Convido-vos, amigos, a mergulharem nas páginas de “Cavalos do Cão”, pois é a oportunidade de, além do prazer de contemplar um texto com excelente precisão vocabular e coerência, degustar composição autêntica, vez que não foi contaminada com impressões processadas por outros autores e pesquisadores. O livro é imprescindível para estudantes, professores, pesquisadores que queiram ter à mão Arte, História (com H maiúsculo), Jornalismo, Cartografia num trabalho que já ganhou o horizonte como um dos melhores já feitos sobre o Cangaço e a sobre a recente história do Brasil.

 

Leandro Cardoso Fernandes

 

06 março 2021

Odonel Francisco da Silva

Tenente Odonel Francisco da Silva, natural de Senhor do Bonfim, comandou seu pelotão volante baiano em três confrontos referenciais contra o bando de Lampeão. Foram os fogos de Abóboras, em janeiro de 1929, da Favella e do Morro da Favella, em março de 1930. Abateu o cangaceiro Mergulhão.

“Canção Agalopada” – Impressões Ligeiras - por Leandro Cardoso Fernandes


 

Desde algum tempo que já esperava ter sob as vistas o trabalho do professor Rubens Antonio. A expectativa, até certo ponto, fora gerada a partir das discussões e debates sobre o tema Cangaço, nos diversos grupos pelas redes sociais afora. Pensava eu que o contato inicial com seu trabalho havia sido ali. Engano meu: fora antes. Em 2017, visitei, em Salvador, uma exposição sobre Cangaço no Museu Náutico da Bahia, onde a curadoria e as imagens retocadas e colorizadas ali expostas eram do Rubens. Mesmo sem conhecê-lo naquela ocasião, pude antever o quilate do seu trabalho e seu compromisso com a excelência na pesquisa e no cuidado artístico.

Assim, o Professor Rubens Antonio da Silva Filho é geólogo, historiador (com mestrado nesta área) e artista plástico, e se debruçou, pelos últimos 20 anos, sobre o Cangaço em terras baianas, vasculhando fontes da memória oral, documentos, publicações oficiais, cartas, bilhetes e fotos. Um detalhe é que ele, propositalmente, resolveu passar à larga dos trabalhos referenciais já publicados sobre o tema, com o objetivo de evitar um possível viés pelo processamento posterior dos fatos feito por outros autores. Cabe aqui uma máxima de Anatole France: “a independência do pensamento é a mais nobre das aristocracias”. Dos registros fotográficos, selecionou as imagens clássicas do Cangaço e, a partir delas, desenvolveu e aperfeiçoou o trabalho de retificação e colorização dos instantâneos. O termo da gestação deste trabalho multifacetado veio com a publicação, em dois volumes, dos livros: “Cangaço na Bahia - Canção Agalopada ” e “Cangaço na Bahia - Cavalos do Cão ”.

Como havia me ensinado o mestre Guimarães Rosa - “o sertão é quando menos se espera”, numa bela manhã, os livros me chegaram. Confesso que o primeiro contato com as obras “ao vivo” assusta. Assusta não, impressiona. Explico: palmo e meio de altura, palmo de comprimento e quase dois dedos de espessura, que traduzindo perfaz 416 páginas num volume e 536 páginas no outro, além do trabalho fotográfico das capas com fotos de Lampião e seu bando colorizados pelo autor, em belíssima composição editorial.

Caí na leitura, portanto. E aqui vão as impressões ligeiras.

O objetivo deste pequeno texto, ao tempo em que exponho impressões pessoais sobre a obra, contribuindo para a fortuna crítica, é apontar aspectos que talvez a reclassifique com um trabalho diferenciado na já extensa bibliografia sobre o assunto. Assim, aqui me ocuparei somente do “Canção Agalopada”, que, cronologicamente, aborda o Cangaço na Bahia desde os seus primórdios até o clarear de 1930. Daí para diante é assunto para o segundo volume, o “Cavalos do Cão”.

O título, referência à canção homônima de Zé Ramalho, é o ponto de partida de uma criativa mistura entre letras de canções e texto, sendo todo ele permeado com clássicos do cancioneiro popular nordestino contemporâneo. Um desavisado pudesse, talvez, achar que se trata de um “songuebuque” (pronuncia-se “songbook”); mas logo às primeiras páginas verifica-se que é algo diferente e inusitado na crônica histórica do Cangaço: é um “texto acancionado”, permeado de trechos selecionados do universo musical nordestino, notadamente o trabalho do grande cantor, compositor e instrumentista Zé Ramalho. Exemplo disso, para ilustrar aqui, é o capítulo referente a Lucas da Feira, ponteado à maneira da melhor sincronicidade com a canção de Jorge Mautner (gravada por Zé Ramalho), Orquídea Negra. Os trechos da letra, como epígrafe, dão o tom ao corpo do texto: “a chibata, o chicote e o açoite”... Aliás, o tristemente célebre Lucas Evangelista, a exemplo do que está na letra, era um corsário do sol quente, navegando ao redor do arraial de Feira de Sant’Anna, como a ostentar o látego e a “bandeira negra da loucura e da pirataria”. A proposta é interessantíssima: um livro com “trilha sonora”. Um deleite para quem conhece as canções.

Pincei aqui algumas curiosidades. Vamos a elas.

Muitos interessados e estudiosos do tema Cangaço talvez achem que os tratados de ajuda mútua interestaduais se deram somente onde e quando houve a atuação do cangaço alcaponiano de Lampião. No entanto, Rubens Antonio, ao apontar a elevada temperatura na tríplice fronteira entre Bahia, Piauí e Goiás, bem como a dificuldade de ação das Forças Policiais naqueles ermos, dá notícia do contrato de prestação mútua de assistência na perseguição de criminosos no entorno daqueles limites. Ou seja: no Cangaço pré-lampiônico já havia acordos interestaduais de cooperação dos governos no combate ao banditismo. A contextualização geográfica é importantíssima para o entendimento espacial dos fatos e as lógicas de deslocamento. Dizia Euclides da Cunha que “a Geografia prefigura a História”, e, talvez pensando em facilitar esse entendimento e ampliar a perspectiva de visão, o Rubens recheou o livro com magníficos mapas, bonitos, bem feitos, de fácil compreensão e que muito acrescentam à visão dos fatos.

Do que eu já havia lido da crônica histórica do Cangaço, ficou-me forte impressão que Lampião, quando entrou na Bahia, ficou intocável e à vontade, sem que as  forças policiais oficiais se importassem com a sua presença por ali. Essa imagem é inclusive reproduzida em filmes sobre a vida de Lampião. Entretanto, na leitura do “Canção Agalopada” constatei que a realidade corre longe disso. Já em 1926, tanto a imprensa como a Secretaria de Polícia e Segurança Pública estão atentos à movimentação de Lampião e seu bando em Pernambuco, nos beiços do Rio de São Francisco, com grande receio. Até que se tem notícia de incursão rápida do bando em solo baiano em setembro de 1926, tendo, inclusive, havido depredações e extorsões no povoado de Orocó. O bando retorna rapidamente a Pernambuco. A imprensa e a Secretaria de Polícia e Segurança Pública mantém constante preocupação, e são muitas as notícias de mobilização de tropas para as fronteiras como medida preventiva a uma eventual nova investida do bando para o lado de baixo do São Francisco.

É necessário comentar aqui o resgate de personagens interessantes que, do ostracismo histórico em que dormiam, despertam nas cores vivas das suas atrocidades e descalabros, como o caso do Alferes Francisco Gomes de Oliveira, o “Pisa Macio”. Este militar que, por onde passou, maculou a farda que vestia numa sucessão de assassinatos, estupros, surras e arbitrariedades. Numa escala gradativa de maldades, ele faria mais pontos que muitos cangaceiros cruéis. O modus operandi de Pisa Macio é inacreditável, compartilhado pelo Capitão José Galdino de Souza ao comandar a chacina do quilômetro 374 da linha férrea de Bonfim para Juazeiro. Nas páginas do “Canção Agalopada” reverbera o eco dos gritos dos assassinados covardemente ali.

Na via oposta, há o resgate de briosos oficiais que, diante dos holofotes sempre voltados para os cangaceiros, amargaram um doloroso olvido até mesmo pelos pesquisadores e conhecedores do tema. Cito aqui o exemplo do Tenente Odonel Francisco da Silva, oficial digno do uniforme que vestia, consciente do seu dever militar e cívico. Odonel capitaneou o confronto com o bando de Lampião no Arraial das Abóboras, em 1929, onde foi ferido, mas impingiu importante baixa ao grupo de bandidos, pois dera cabo do experiente cangaceiro Mergulhão, além de ferir um outro. A sua trajetória honrada como oficial, perfumada de coragem, é descrita no livro, bem como as injustiças sofridas por ele. Cabe ao leitor mergulhar nas páginas e conferir. Inclusive, a quase totalidade dos oficiais citados no livro tem algo descrito sobre suas promoções, reformas e destino, à guisa de informações biográficas, o que em muito facilita a vida do pesquisador.

Uma coisa prática e acertada na diagramação do livro é a disposição das referências no inferior da página, o que deixa a leitura mais ágil e dinâmica ao evitar que o leitor precise deslocar sua atenção para outra parte para conferir uma citação. Está tudo “aos olhos”, no pé da página.  

A leitura do livro flui como um roteiro de documentário cinematográfico perfilando, num intrincado tabuleiro de xadrez, as Forças de combate ao Cangaço versus Lampião e seus sequazes, até o clímax nos derradeiros capítulos. Aqui me esquivarei de comentá-los, sob pena de jogar água fria e acabar amenizando a temperatura sempre ascendente da narrativa. Por isso sugiro aos leitores que não pulem os capítulos, pois ao fazê-lo, correrão o risco de não perceber a tensão crescente, capítulo a capítulo.

Para que não me estenda muito (há muita coisa ainda a “falar”), encerrarei por aqui. Não sem antes parabenizar o autor Rubens Antonio pelo belíssimo trabalho, rico em novidades, seja em informações, seja em iconografia. Como exemplo, basta citar aqui o registro documental, fotográfico e histórico de Alcides Fraga de Mendonça, autor do célebre retrato de Lampião e seu bando em Pombal em 1928, o único do rei vesgo das caatingas em terras baianas.

Enfim, “Canção Agalopada” é obra de fôlego, que não serve para as estantes empoeiradas; é – afirmo categoricamente – para ficar na cabeceira, ao alcance da mão, vez que é indispensável para consultas constantes, não somente a respeito do cangaço em terras baianas, que é seu eixo principal, mas também como registro importante, embora periférico, sobre a História recente da Bahia e dos bastidores políticos de dois séculos de combate ao banditismo. É obra que, do galope rasante das primeiras impressões, cavalga para a amplidão. São essas que ultrapassam os séculos e os continentes.

 

Leandro Cardoso Fernandes